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Novo Prazo para a NR-1: Como Implementar Controles Psicossociais Antes da Avaliação Formal dos Riscos.

Um roteiro prático e detalhado para preparar sua empresa !

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O novo cenário da NR-1


A Portaria MTE n.º 765, de 15 de maio de 2025, publicada no Diário Oficial da União em 16/05/2025, prorrogou para 25 de maio de 2026 o início da vigência do capítulo 1.5 da NR-1, que exige a identificação, avaliação e controle dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) das empresas. A mudança atende a pedidos de centrais sindicais e do setor produtivo, que alegaram a necessidade de mais tempo para adaptação e para criar um ambiente mentalmente saudável, capaz de gerar avaliações realmente eficazes e baseadas em realidades já melhoradas.


Etapas detalhadas para implementação dos controles preventivos

1. Compromisso da Liderança

  • O que fazer:

    • Elaborar e formalizar políticas e diretrizes de promoção da saúde mental.

    • Nomear responsáveis (exemplo: criar um comitê interno de saúde mental).

    • Destinar recursos (tempo, orçamento, treinamentos) específicos para o tema.

  • Como fazer:

    • Anunciar a política oficialmente, por canais internos (reuniões, e-mail, murais).

    • Garantir envolvimento da alta direção nas primeiras comunicações e eventos.

  • Resultado esperado:

    • Estrutura clara, equipe engajada e legitimidade do programa. Prazo sugerido: Mês 1


2. Escuta Ativa e Diagnóstico Inicial

  • O que fazer:

    • Promover rodas de conversa abertas (presenciais ou online).

    • Disponibilizar caixas de sugestões anônimas ou formulários digitais.

    • Realizar um diagnóstico qualitativo preliminar, sem perguntas invasivas.

  • Como fazer:

    • Contratar facilitadores, se necessário, para garantir neutralidade.

    • Resumir os principais pontos críticos percebidos pelos próprios trabalhadores.

  • Resultado esperado:

    • Mapeamento dos principais riscos e estressores, sem exposição individual. Prazo sugerido: Mês 1–2


3. Eliminação/Substituição de Fatores Estressores

  • O que fazer:

    • Rever metas inalcançáveis e prazos excessivos.

    • Ajustar jornadas (evitar acúmulo de horas extras e sobrecarga).

    • Adotar políticas de tolerância zero para assédio moral e sexual, com regras claras e conhecidas.

  • Como fazer:

    • Negociar ajustes com os gestores de cada área.

    • Divulgar as novas regras em linguagem simples.

  • Resultado esperado:

    • Redução perceptível do estresse e do medo entre colaboradores. Prazo sugerido: Mês 2–4


4. Engenharia Organizacional

  • O que fazer:

    • Implementar melhorias físicas: criar áreas de descanso, ajustar ergonomia dos postos, melhorar iluminação e ventilação.

    • Adaptar ambientes de trabalho para conforto físico e psicológico.

  • Como fazer:

    • Fazer pequenas reformas ou reorganizações (mudar disposição das mesas, instalar divisórias, etc.).

    • Ouvir sugestões para priorizar os investimentos.

  • Resultado esperado:

    • Ambiente mais confortável, aumento do bem-estar geral. Prazo sugerido: Mês 3–5


5. Controles Administrativos

  • O que fazer:

    • Programar pausas obrigatórias para descanso mental.

    • Flexibilizar horários para setores possíveis (home office, jornadas móveis).

    • Definir e documentar claramente funções e responsabilidades.

  • Como fazer:

    • Atualizar manuais, murais e sistemas internos com as novas regras.

    • Promover treinamentos rápidos para alinhamento de expectativas.

  • Resultado esperado:

    • Menos sobrecarga, redução de conflitos e mais previsibilidade. Prazo sugerido: Mês 3–6


6. Apoio Social e Promoção da Saúde

  • O que fazer:

    • Treinar líderes em comunicação não-violenta e empatia.

    • Oferecer mentorias e rodas de apoio entre colegas.

    • Disponibilizar campanhas de promoção da saúde mental, ginástica laboral e eventos de integração.

  • Como fazer:

    • Parcerias com psicólogos, terapeutas e educadores físicos.

    • Promover ações periódicas para reforço do cuidado.

  • Resultado esperado:

    • Fortalecimento de vínculos e percepção de apoio social. Prazo sugerido: Mês 4–7


7. Canais de Denúncia e Resposta Rápida

  • O que fazer:

    • Estabelecer ou reforçar ouvidorias sigilosas, com resposta garantida em até 48h.

    • Divulgar claramente os canais e como funciona o fluxo de apuração.

  • Como fazer:

    • Utilizar ferramentas digitais (chat, e-mail, formulário online) e pontos físicos.

    • Garantir anonimato e isenção dos responsáveis pela apuração.

  • Resultado esperado:

    • Aumento da confiança dos colaboradores e redução de subnotificação. Prazo sugerido: Mês 4–6


8. Monitoramento de Indicadores Simples

  • O que fazer:

    • Monitorar absenteísmo, rotatividade, feedbacks, NPS interno, queixas e incidentes.

  • Como fazer:

    • Atualizar planilhas e dashboards mensais.

    • Apresentar os resultados em reuniões de equipe, mantendo transparência.

  • Resultado esperado:

    • Capacidade de ajustes rápidos e contínuos nas ações preventivas. Prazo sugerido: Mês 4–9


9. Registro Sistemático das Ações no PGR

  • O que fazer:

    • Documentar cada ação implementada, com evidências (fotos, atas, comunicações).

    • Atualizar o Inventário de Riscos e o Plano de Ação do PGR com todas as iniciativas e seus resultados.

  • Como fazer:

    • Manter um repositório digital organizado.

    • Preparar relatórios periódicos para consulta e auditorias.

  • Prazo sugerido: Contínuo

  • Resultado esperado:

    • Conformidade legal e facilitação de auditorias futuras.


Ao fim do ciclo inicial de 6 a 9 meses, analise os indicadores monitorados, promova feedbacks com equipes e faça ajustes necessários. Essa revisão fecha o ciclo preventivo, solidifica a cultura de prevenção e cria a base ideal para avaliações formais.


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Quando iniciar a avaliação formal dos riscos psicossociais?


Recomenda-se só avaliar formalmente após 9 a 12 meses de controles implementados e estabilizados. Assim, você evita medir um ambiente ainda “cru” e obtém diagnósticos realmente úteis para novas ações.

Passos para a avaliação:

  • Selecione métodos reconhecidos, como ISTAS-21, COPSOQ ou HSE Management Standards.

  • Garanta participação anônima, boa amostragem por setor/turno e devolutiva transparente dos resultados.

  • Elabore e compartilhe plano de ação com base nos dados colhidos.

  • Atualize o PGR com os resultados, fechando o ciclo de melhoria contínua.


Conclusão: Prevenção Primeiro, Mensuração Depois

Com a prorrogação para maio de 2026, as empresas têm não apenas tempo, mas um roteiro claro e seguro para implementar mudanças reais antes de medir resultados. Aplique controles robustos, registre cada avanço, crie um ambiente psicologicamente saudável e só depois parta para a avaliação formal. Isso trará dados sólidos, clima organizacional melhor, trabalhadores mais saudáveis e produtividade sustentável.

Invista antes de medir: é bom para o negócio, para as pessoas e para o cumprimento da lei.


 
 
 

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